#04 - Cidade da Beira - MOZ 2014 "Fenomenologia da Percepção"


segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
#04 / - Cidade da Beira - MOZ.2014


A constante inquietude e a necessidade da procura, a busca do espaço - lugar

"Fenomenologia da Percepção"
- Phenoménologie de la Percepcion -

A Narrativa 

"Como o trabalho que, insistentemente transforma lugares em espaços ou espaços em lugares"
O fazer e ver detectável na linguagem comum que tanto propõe um quadro - como é organizado o movimento; "entras - travessas - viras", indicadores de mapas = traços de percursos e de itinerários, 
"os descritores de percursos".


Narrativas de Viagens
O "fazer" e de "ver"


Percursos descritivos de lugares narrativas e descrições,
localização do Espaço Público.

                                 (Marc Augé)


Os lugares podem-se definir como identidades, ou seja, o lugar de nascimento que constitui a identidade individual, espaço no qual o corpo é colocado.
O lugar é compartilhado com outros, histórico, o que conta a história de um povo.
O lugar é o espaço investido de sentido, personalizado.

A modernidade é caracterizada pela proliferação de não lugares, ou espaço de fluxos.






 Designa-se o "espaço antropológico", o "geométrico", como espaço "existencial", lugar de uma experiência de relação com o Mundo, de um ser essencialmente situado em relação a um meio.








O espaço estaria para o lugar, como aquilo em que se torna a palavra quando é falada, que quer dizer quando é aprendida na ambiguidade de uma efectuação; Como acto do presente ou de um tempo e, modificada pela transformação




.










Hotel Tivoli - Beira

Espaço, Ciberespaço, Lugar e Não - Lugar.



Passa a existir uma nova representação, de uma visibilidade sem a face a face, humanização na qual desaparece e se apaga a antiga confrontação de ruas e avenidas.

MOZ. 2014 - 18 de Agosto
 Cidade da Beira








(Lugar - de Baptismo)















Ponta - Gêa











(A Escola onde conclui a 4ª. classe)
Escola Secundária da Ponta - Gêa





















Fim do dia 18




Dia 19
Baixa da Beira








Chamwar
(Senhor António)















(Mercado)















(Município)



(Preparativos para o dia, 20)
107 anos - BEIRA












































- Praça do Município -


Ponta - Gêa










- Ferroviário da Beira -


















"Aqui fica o meu atributo a Pessoas "Anónimas", que se disponibilizaram e disponíveis, acolhedoras e simpáticas, delicados e expansivas"

(O meu muito obrigado, pelo momento e respectivo almoço.)
Até um dia!... até sempre.











(O Tempo pesa, memórias)
A TODOS, SAÚDE!






Cidade da Beira - (CH-OUT)







- Maputo -








- Cidade de Vila Real -






"Sena" Paulo Duarte


(Desejo a atitude de inquietude, a necessidade da procura, a busca ... sentir novas experiências sensoriais, convivências com os Espaços, “Lugares e Não – Lugares”, numa necessidade de Viver e como tal sentir, ver e respirar e, desta forma impregnar-se).


[Porquê? Marc Augé]


- Marc Augé é um analítico social e como humanista por excelência, antropólogo e africanista, analisa e define a interação do homem e o espaço onde está inserido em termos das relações do espaço temporal, mas também fronteiras de subjetividade e sociabilidades.
Segundo Marc Augé; O espaço físico, este que a cada dia vem perdendo importância de agregador social, já que com a popularização da Internet, a atual proliferação e a grande segregação das cidades em guetos, condomínios fechados, e shoppings, mostra-nos que o espaço físico anda separando.
As redes digitais articulam as conexões globais, independentemente do local geográfico de onde são emitidos os dados.
A virtualização do mundo, serviços, empregos e das relações sociais transforma os nossos lugares de vivência como bairros, centros das cidades, e principalmente a relação que temos com esses espaços e o conceito de fluxos, no mesmo sentido.
Na sociedade em rede é o espaço, não mais físico, mas de fluxos de informação que passa a organizar o tempo e esse novo espaço de fluxos reconfigura o espaço de lugares que historicamente enraizou a experiência social.
Existem, assim, três fatores neste espaço de fluxos:
A espacialização, ênfase no tempo das trocas, no fluxo de informação que transforma os lugares em espaços de fluxo; A perda do centro nos espaços de fluxo, que são espaços equivalentes, acarretam a desvalorização de lugares centrais como as praças, ruas e monumentos, perda do uso das cidades por parte dos cidadãos. 
O trânsito pelas cidades, ruas e praças configuram-se na lógica do trabalho e do consumo, fazendo com que os cidadãos fujam do caos urbano, refugiando-se em espaços “paradisíacos” (shoppings, condomínios fechados). 
A crise do espaço substancial é apontada ao acesso aos espaços que se estão a transformar em espaços digitais (computador, televisão).
Lugar é uma referência a um acontecimento que já ocorreu, a um lugar Espaço esse que se aplica a uma extensão, a uma distância entre dois pontos, ou a uma grandeza temporal.
De acordo com Marc Auge, estamos na era das mudanças de escala, de modificações físicas, concentrações urbanas, transferências populacionais e a multiplicação de “Não - Lugares”, por oposição a noção antropológica de lugar da cultura localizada no tempo e no espaço.
Para Augé, os lugares podem-se definir como identidades, ou seja, o lugar de nascimento que constitui a identidade individual, espaço no qual o corpo é colocado.
O lugar é compartilhado com outros, histórico, o que conta a história de um povo
O lugar é o espaço investido de sentido, personalizado.
A modernidade é caracterizada pela proliferação de não lugares, ou espaço de fluxos.
Espaço, ciberespaço, lugar e não - lugar.
Passa a existir uma nova representação, de uma visibilidade sem a face a face, humanização na qual desaparece e se apaga a antiga confrontação de ruas e avenidas.
As novas tecnologias digitais têm papel fundamental nessa transformação, pois a sua inserção cada vez mais no quotidiano muda a nossa conceção de espaço, lugar e tempo.
Vivemos uma nova conjuntura espaço temporal marcada pelas tecnologias digitais onde o tempo real parece aniquilar, no sentido inverso à modernidade, o espaço de lugar, criando espaços de fluxos, redes planetárias impulsionando no tempo real, em caminho para a desmaterialização dos espaços de lugar.
O termo “espaço” é mais abstrato do que o de “lugar”.
Histórico, a um sítio, mito; Para o autor, hoje, lugar é apenas uma ideia parcialmente materializada daqueles que o habitam, da sua relação com o território, com seus próximos e com os outros.
O não - lugar é oposto ao lugar, é a sua ausência em si mesmo.
Ao não - lugar designamos duas realidades complementares, porém distintas tais como espaços constituídos em relação a certos fins (transporte, trânsito, comércio, lazer) e a relação que os indivíduos mantêm com esses espaços. Ele é representado pelos espaços públicos. Se o lugar é construído no espaço natural, e opera a apropriação do meio natural por meio de símbolos, no ciberespaço é através dos símbolos que o “espaço” vai se constituir.
Assim, quando tomamos o ciberespaço como um local de fluxo de informação, que promove a interação de tudo em tempo real, onde o local que se conecta pouco importa, podemos considerá-lo como não - lugar. Porém, ao pensarmos que o ciberespaço promove e pode até aumentar a interação social, já que o espaço físico não é mais um complicador, e promove a capacidade de interferir na produção e reprodução da cultura, podemos considerá-lo como lugar.
Marc Augé em “Não – Lugares”: Introdução a uma Antropologia da Subremodernidade, coloca a questão da antropologia da contemporaneidade. Propõe uma reflexão sobre a contemporaneidade caracterizada pelas figuras de excesso: superabundância e individualização das referências, na transformação do espaço e seu interlocutor o indivíduo como ser.
Numa perspetiva diferente pós-moderna sobre a perda da inteligibilidade da história em função da derrocada da ideia de progresso. O excesso de espaço, constitui-se pelo encolhimento do mundo, que provoca alteração da escala em termos planetários através da concentração urbana, migrações populacionais e produção de não - lugares – aeroportos, salas de espera, centros comerciais, estações de metro, campos de refugiados, supermercados, por onde circulam pessoas e bens.
Os não - lugares são a medida de uma época que se caracteriza pelo excesso, superabundância espacial e individualização das referências. O autor questiona a validade da ideia de não - lugares. Este parece ser o caso das apropriações feitas das formulações de Marc Augé, Antropólogo francês que toma como mote para suas elaborações as preocupações com a questão daquilo que chama de “não - lugares”, espaços em que vê em oposição à noção de lugar onde a cultura localizada no tempo e no espaço e como produto das transformações económicas, sociais e culturais invoca uma crítica às novas cidades, originárias de projetos urbanísticos por não oferecerem um equivalente aos lugares de vida produzidos por uma história mais antiga, é evidente em toda sua argumentação que o autor tem um ideal de cidade.

Autor | Paulo J.S.  Duarte - 2014

Biografia
Marc Augé - Não lugares
90 graus Editora

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